Enquanto no Brasil a taxa anual média do rotativo é de 237,9%, os argentinos, segundos no ranking dos juros mais altos, pagam 'só' 50%
Por
Elisa Campos
Não é segredo para ninguém que os brasileiros pagam uma das taxas de juros mais caras do mundo.
O que talvez possa surpreender é a diferença entre o que pagamos no
Brasil e no resto do mundo, especialmente em comparação a nossos
vizinhos latino-americanos. A Proteste, entidade de defesa do
consumidor, comparou a taxa média nacional do rotativo do cartão de crédito (juros cobrados sobre o valor que não foi pago da fatura) com
aquelas cobradas nas operações com cartões em outros seis países do
continente: Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México.
Resultado: mesmo que a taxa brasileira fosse a metade do que a praticada atualmente pelo mercado, ela ainda seria maior do que o dobro do segundo colocado entre os pesquisados.
A pesquisa mostra que a taxa anual média do rotativo é de 237,9% no Brasil, enquanto os argentinos, segundos no ranking dos juros mais altos, pagam 50% (veja tabela abaixo). Na sequência, aparecem Chile (40,7%) e Peru (40%).
A taxa de 237,9% é, de fato, extremamente alta. Uma dívida de R$ 1 mil, por exemplo, ao final de um ano passa a ser de R$ 3.379. Se compararmos a taxa básica de juros e a inflação da economia destes países, não há motivo aparente para o Brasil liderar com tanta dianteira o levantamento. No Brasil, a Selic está em 11% ao ano. Na Argentina, ela é ainda maior, de 12,5%. O Brasil tampouco tem uma inflação muito mais alta do que os demais países. Enquanto o IPCA de 2011 deve fechar em 6,5%, o aumento de preços será de 9,7% na Argentina e de 28% na Venezuela.
Mesmo com juros proibitivos, o financiamento pelo cartão de crédito tem crescido no Brasil. Segundo a Proteste, o segmento registrou alta de 22% em 2011. Não sem conseqüência para o bolso do consumidor, infelizmente. Dos inadimplentes no país, 64,1% têm dívidas no cartão de crédito, segundo pesquisa divulgada no final de dezembro pela administradora do SCPC. É uma má escolha. Se é para dever, o empréstimo pessoal, com juros significativamente menores, de quase 70%, é uma opção bem melhor.
A pesquisa mostra que a taxa anual média do rotativo é de 237,9% no Brasil, enquanto os argentinos, segundos no ranking dos juros mais altos, pagam 50% (veja tabela abaixo). Na sequência, aparecem Chile (40,7%) e Peru (40%).
A taxa de 237,9% é, de fato, extremamente alta. Uma dívida de R$ 1 mil, por exemplo, ao final de um ano passa a ser de R$ 3.379. Se compararmos a taxa básica de juros e a inflação da economia destes países, não há motivo aparente para o Brasil liderar com tanta dianteira o levantamento. No Brasil, a Selic está em 11% ao ano. Na Argentina, ela é ainda maior, de 12,5%. O Brasil tampouco tem uma inflação muito mais alta do que os demais países. Enquanto o IPCA de 2011 deve fechar em 6,5%, o aumento de preços será de 9,7% na Argentina e de 28% na Venezuela.
Mesmo com juros proibitivos, o financiamento pelo cartão de crédito tem crescido no Brasil. Segundo a Proteste, o segmento registrou alta de 22% em 2011. Não sem conseqüência para o bolso do consumidor, infelizmente. Dos inadimplentes no país, 64,1% têm dívidas no cartão de crédito, segundo pesquisa divulgada no final de dezembro pela administradora do SCPC. É uma má escolha. Se é para dever, o empréstimo pessoal, com juros significativamente menores, de quase 70%, é uma opção bem melhor.
| As taxas de juros na América Latina | ||||
|---|---|---|---|---|
| País | Taxa básica de juros | Inflação | Taxa do cartão de crédito | |
| Brasil | 11% | 6,5% | 237,9% | |
| Argentina | 12,5% | 9,7% | 50% | |
| Chile | 5,3% | 3,7% | 40,7% | |
| Peru | 4,3% | 3% | 40% | |
| México | 4,5% | 3,2% | 36,2% | |
| Chile | 5,3% | 3,7% | 40,7% | |
| Venezuela | 24% | 28% | 29% | |
| Colômbia | 4,8% | 4% | 28,5% | |
