Apesar deste início de ano animador, em que a Bolsa de Valores já
conseguiu recuperar boa parte das perdas acumuladas em 2011 (até o
fechamento desta sexta-feira, dia 20, o Ibovespa acumula alta de 9,79%),
o investidor deve ter cautela com o mercado acionário em 2012. Isto
porque, para o professor do Ibmec – MG, Juliano Pinheiro, este ano deve
ter muita instabilidade no mercado de renda variável, apesar das boas
perspectivas de crescimento do País.
“Vamos continuar com um sobe e desce, mas acho que, a partir do 4º
trimestre, começamos a enxergar um cenário que não é possível ver hoje”,
disse Pinheiro.
Segundo ele, entre outras coisas, o mercado brasileiro tem se
favorecido das boas repercussões que a política econômica trouxe ao
país, como a elevação da classificação de risco da dívida soberana
alcançada em 2011.
“O Brasil conseguiu não apenas manter a confiança dos investidores como
elevou sua classificação de risco em meio à crise”, afirmou. “O custo
das emissões externas vem caindo a cada ano e estamos em patamares muito
próximos a países desenvolvidos com segurança em relação a nossa
moeda”, continuou o professor.
Perspectivas econômicas internacionais (e nacionais)
Entretanto, ele lembra que, no cenário internacional, a perspectiva ainda é de baixo crescimento, por conta da crise na zona do euro, que deve trazer recessão para muitos países com baixa capacidade de equilíbrio fiscal.
O professor também aponta que, pela primeira vez na história, a China
registra uma população urbana maior que a rural, o que pode gerar
problemas na produção de alimentos.
Em relação ao Brasil, Pinheiro alerta que o País deve enfrentar um
descompasso entre oferta e demanda, com pressões inflacionárias causadas
pelas commodities agrícolas, reajuste do transporte público, preço do
etanol e serviços. Segundo ele, no País, “os riscos à estabilidade
financeira devem ser trazidos pelo fluxo de capitais e pela expansão do
crédito ao consumo com garantias incompatíveis”.
