Apesar de muitas pessoas ainda
estarem trabalhando, a Bolsa de Valores, junto com os bancos, já encerrou suas
atividades. Dia 29 de dezembro foi o último pregão do ano e, como toda a
semana, teve um volume muito abaixo da média anual. Os investidores aproveitaram
o fim do ano para tirar as merecidas férias e esquecer o mau desempenho
apresentado pelas ações.
A crise européia foi o foco das
atenções durante todo o ano, além do baixo desempenho econômico americano e o
medo de que a China freasse seu ritmo de crescimento. O primeiro semestre foi o
mais grave, pelo fato de tudo ter acontecido de forma inesperada para os
investidores. O medo de que houvesse o mesmo cenário de 2008 ou ainda pior, fez
com que as bolsas do mundo todo sofressem com a especulação. No Brasil, esse
período foi agravado, pelo temor de um aumento da inflação. Agosto foi o auge
e, ao mesmo tempo, o final do movimento especulativo. O perigo quase iminente
de que a Grécia daria calote em seus credores, trouxe consigo a maior queda do
ano na Bolsa. Porém, em poucos dias isso foi contornado e o investidor
assimilou que o mundo passava por um momento ruim e aceitou os esforços tomados
para tentar resolver o problema. Desde então, nada de concreto mudou.
O cenário exposto deu o tom
negativo para o Ibovespa. O índice encerrou as atividades acumulando queda de
quase 19% no ano, segundo pior desempenho desde a implementação do Real,
perdendo apenas para o ano de 2008. O primeiro semestre concentrou a maior
parte dessa queda, com resultado próximo dos 15%. Agosto, apesar de ter
atingido 20% de queda, fechou apenas perdendo 3%. No último trimestre, o índice
oscilou entre os 55 e os 60 mil pontos, com baixo volume na maior parte do
tempo. O fraco desempenho na reta final reflete os temores do investidor quanto
ao futuro, mas ao mesmo tempo demonstra que o pânico já passou.
Para 2012 as opiniões ainda
divergem muito. Alguns analistas prevêem a continuidade do mau momento, mas a
maioria vê com bons olhos o próximo ano, principalmente para o Brasil. O problema
com a inflação deve ser naturalmente contornado, pelo próprio desempenho
econômico mundial, que deve ser fraco; A proximidade com os eventos esportivos
no país pode trazer bons frutos, principalmente para a construção civil; O
baixo nível de desemprego e aumento da renda, somados a tendência de queda da
taxa de juros pode dar continuidade ao crescente consumo do brasileiro. Além do
lado fundamentalista, os preços das ações estão muito descontados em relação ao
começo do ano, o que pode e deve ser um atrativo para os investidores. O
mercado ainda tem fresco na memória o desempenho de 2009 (pós crise), quando o
Ibovespa subiu próximo de 80%, em um ano em que poucas pessoas esperavam uma
melhora da crise. Particularmente, acredito em um começo de ano instável, mas
em um bom desempenho no final.
A equipe Miura deseja a todos os
leitores um feliz ano novo e bons investimentos para 2012!
