Texto de autoria de Fábio Biral da Miura Investimentos
A revista Exame publicou uma matéria recentemente
sobre quatro histórias inspiradoras de pessoas que ficaram milionárias com
ações. Todos têm hoje mais de 60 anos, investem desde a década de 1970,
sobreviveram a dezenas de crises e ascenderam socialmente por meio da bolsa. As
histórias foram relatadas por Geraldo Soares, superintendente de relações com
investidores do Itaú e co-autor do livro “Casos de Sucesso no Mercado de
Ações”. Escolhi abordar este tema, pois os novatos da bolsa ou aqueles que
perderam dinheiro nos últimos dois anos mal conseguem se lembrar de que muita
gente já fez fortuna no mercado acionário brasileiro. Isso porque, a bolsa veio
de um desempenho pífio em 2010 para um início de crise global neste ano.
1-Garimpeiro: Investido fundamentalista.
O primeiro milionário retratado no livro é o médico
e militar, Samuel Emery, de Recife. Especializado em ações de segunda linha,
ele é uma espécie de garimpeiro do mercado e nunca toma decisões precipitadas,
com bases em rumores. Antes de comprar qualquer ação, estuda uma empresa a
fundo e adquire um enorme nível de conhecimento que lhe dá vantagens sobre
outros investidores. Quando encontra uma empresa que passa em seu filtro, o
passo seguinte é aguardar um bom ponto de compra do papel, aproveitando-se dos
momentos de cotações deprimidas. Emery monta sua carteira e espera que o
mercado descubra o valor do papel – ainda que isso demore vários anos. O método
é o mais parecido com o de investidores profissionais.
2- O Abutre: Investidor na Crise
O segundo caso de sucesso retratado é do mineiro
José Otávio. Esté é o mais cético e desconfiado do grupo de investidores. Ele
só compra ações quando as notícias nos jornais são tenebrosas e todo mundo está
vendendo. Parece seguir fielmente a velha máxima de que, quando há sangue nas
ruas, é hora de comprar tudo que for possível. Nos momentos de bonança, Otávio
prefere manter o dinheiro aplicado em renda fixa, imóveis ou outros
investimentos de baixo risco. Otávio não compra papéis e espera vários anos até
que eles se valorizem. Se a alta esperada ocorrer em um mês, a ação pode ser
rapidamente vendida.
3- O Arrojado
O gaúcho Ari Hilgert é o mais arrojado do grupo
de investidores e se expõe a riscos que poucos teriam coragem de assumir. Ele
já foi capaz, por exemplo, de investir todo o dinheiro da família em uma única
ação – no caso, da Eletrobrás. Como o papel subiu muito na década de 1980, o
alto risco assumido foi compensado por uma valorização extraordinária do
investimento. Hilgert também pode investir milhões de reais em uma ação de uma
empresa em recuperação judicial sem ter estudado o caso a fundo. É lógico que
tanta agressividade pode levar a prejuízos proporcionais, mas os ganhos são
mais do que suficientes para compensar as apostas furadas. Ele é, na verdade, o
investidor mais rico entre os quatro apresentados na reportagem, apesar de ter
tido a origem mais humilde.
4 - O bem-relacionado
O ultimo da lista é o paulistano Renato Rossetti.
Ele se vale da coleta de informações junto a diversas rodas sociais para a
construção da carteira de investimentos. Rossetti possui grupos de amigos
apreciadores de vinho, whisky, música clássica e bolsa. Simpático e bem
educado, ele consegue extrair informações dessa rede de amigos naturalmente.
O melhor que os novos investidores devem fazer é
aprender com casos de sucesso e, a partir daí, criar o seu próprio perfil de
investimento. Diferentemente da década de 70, hoje existem empresas de
assessoria, como a Miura Investimentos, que podem auxiliar na criação desse
perfil.
