Fonte:
Assessoria de Imprensa Instituto Aço Brasil | 12/09/2011
A indústria vem perdendo participação na economia da América
Latina, especialmente pela valorização cambial e crescente importação de
produtos manufaturados, particularmente de origem chinesa, que tem levado à
desindustrialização da região. O Brasil é um dos que mais tem sofrido com esse
processo. Essas são conclusões do estudo “Desempenho da cadeia de valor metalmecânica
latino americana”, coordenado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio
Exterior (FUNCEX), a pedido do Instituto Latino Americano de Ferro e Aço
(ILAFA), incluindo Brasil, Colômbia, Argentina e México e divulgado hoje (12),
pelo Instituto Aço Brasil, em São Paulo.
As quedas na participação da indústria são mais acentuadas no Brasil e na
Colômbia, países que registraram a maior valorização cambial nos últimos anos,
período no qual se registrou o maior aumento dos índices de importação. A
situação tem como reflexo também a queda da participação de produtos
manufaturados na pauta de exportação e sua consequente primarização. Esse
desbalanceamento é mais evidente quando se observa o comércio bilateral dos
países latino americanos com a China. O déficit da balança comercial cresceu de
US$ 17,4 bilhões, em 2005, para US$ 57,5 bilhões, em 2010.
No caso do Brasil, a participação da indústria manufatureira no valor
agregado caiu de 19,2%, em 2004, para 15,8% no ano passado. As importações
acusaram crescimento sistemático em praticamente todos os setores da indústria
metalmecânica. E a primarização da pauta de exportações fica evidenciada na
comparação da participação dos manufaturados, que caiu de 55%, em 2005, para
39%, em 2010.
Particularmente desbalanceado está o comércio com a China, apesar
do nosso superávit comercial. As exportações brasileiras para este país são
basicamente de produtos primários, enquanto os manufaturados da cadeia
metalmecânica representam mais de 60% do que importamos da China para o Brasil.
Dentre as causas estão, além do câmbio, as assimetrias tributárias que
favorecem importações, com destaque aos incentivos estaduais e regimes
especiais, a carga tributária nos investimentos e nas exportações, além dos
elevados encargos trabalhistas e altos custos da energia. A indústria
brasileira necessita de amplo e urgente conjunto de medidas que possa eliminar
ou reduzir as desvantagens competitivas decorrentes dessa situação, que
compromete sua competitividade internacional, bem como o reforço dos mecanismos
de defesa comercial e de incentivo ao maior conteúdo nacional dos bens. O
Instituto Aço Brasil entende que são necessárias medidas urgentes para reverter
o quadro de desindustrialização demonstrado pelo estudo do ILAFA.
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