Pensou-se que a última crise enfrentada pelas economias desenvolvidas acarretaria em uma mudança do Status quo da política econômica mundial. Mero engano, a desregulamentação econômica continua. Os esforços da maioria dos governos das economias desenvolvidas foram para salvar os causadores da crise e não aqueles que sofreram suas consequências perdendo os empregos e renda. A ilustração acima retrata bem o que está acontecendo nesses países atualmente.
Como disse o economista Delfim Netto, na Revista Carta Capital (nº 656), "o aumento das taxas de desemprego e o resultante aprofundamento da crise social são consequência da impotência da maioria dos governos em atacar os problemas da economia real"
Diferente de Brasil e China que realizaram um grande esforço para sustentar os níveis de emprego e consumo os Estados Unidos e Europa esqueceram o setor produtivo de lado, dedicam-se apenas a salvar as finanças, tratam um problema de insolvência como se fosse de liquidez. O níveis de desemprego nessas economias cresce, a tentativa de salvar o mercado financeiro fez com que os Estados Unidos alcançassem o nível máximo de endividamento, sem perspectivas em vista para a retomada do crescimento do setor produtivo e do emprego.
A incerteza impera sobre a economia mundial, o mundo não pode mais contar com o crescimento americano e europeu. Se não existir um mudança de atitude nas economias desenvolvidas, com toda a certeza, isso afetará o crescimento brasileiro e chinês. A china irá crescer de forma moderada, pois essa crise afeta os seus principais parceiros comerciais e como um dominó atingirá os fornecedores de matérias primas de seu crescente parque industrial.
Frederico Matias Bacic
